Demorei um pouco mais do que eu gostaria para escrever esse post mas, vamos lá: retrospectiva do ano todo. Este será um post bem pessoal, mas como sempre, nem só de código vive uma pessoa: junto, há uma turbulência de sentimentos que acabam influenciando a vida toda e a de quem estiver próximo.

Em 2010, tudo indicou que seria um péssimo ano. E, na maior parte, ele foi realmente muito ruim, mas com todas essas coisas ruins, algo de bom surgiu no meio das frustrações.

Foi um ano de rubys e aprendizados. Logo no começo do ano, perdi um cargo de chefia que significava muito mais do que eu imaginava, e isso me inspirou a escrever artigos e palestras. Me inscrevi no AgileBrazil, aonde fui palestrante e acredito que deu para mostrar muita coisa boa que foi feita em meu trabalho, muito embora esse trabalho não seja reconhecido pelos próprios gestores. Logo depois, participei pela primeira vez do FISL, também como palestrante. Pouco antes, ingressei no Grupo de Usuários de Ruby, o GURU-SP, e para minha surpresa fui reconhecido no FISL, e pouco tempo depois no RubyConfBR (por sinal, um dos melhores eventos que já fui).

Em todos esses eventos, mais do que Ruby, acabei aprendendo outras coisas bem interessantes. Me meti a usar CouchDB em alguns experimentos caseiros, comecei a me aventurar bem mais com JavaScript e até a gostar da linguagem, e aprendi um pouco mais sobre as técnicas de desenvolvimento de sistemas complexos, embora infelizmente eu não tenha tido oportunidade ainda para aplicar os conhecimentos em um sistema realmente complexo. Como certas coisas insistem em não mudar, mesmo estudando muito mais do que eu imaginava, nesse ano, ainda assim não consigo gostar de Java, mas é a vida…

Fora do mundo técnico, me aventurei em um festival de musica, em Londrina, e descobri (ou, talvez, re-acendi seja a palavra mais certa) uma paixão cada vez maior pela música, especificamente a música popular. Tentei sem muito sucesso investir mais tempo na música e, até mesmo, procurar uns cursos melhores, mas essas vão acabar virando promessas pra 2011.

Tentei tratar mais do meu lado psicológico, e acho que o resultado foi absurdamente satisfatório. Muitas mudanças aconteceram, mas algumas que eu realmente queria, como mudar de emprego, ainda não vieram. Aprendi um pouco mais a lidar com frustrações e decepções, embora eu ainda esteja loooonge de realmente saber lidar com isso.

E, logo no fim do ano, quando eu achava que mais nenhuma surpresa apareceria, que o ano já estava no fim e nada mais iria acontecer, eis que ressurge uma pessoa maravilhosa em minha vida, e acabo ingressando num namoro que eu jamais imaginava que aconteceria (ou, no caso, que re-aconteceria, visto que já tínhamos namorado e terminado).

Foi um ano dramático, e sem exageros posso dizer que foi um ano de dores, lágrimas, dramas, decepções, medos, e também poucas alegrias e muitas mudanças. MUITAS mudanças. Foi um ano no qual eu comecei a aprender certas coisas sobre mim, e sobre o mundo “enterprise” e “acadêmico”. Aprendi o real significado da palavra “corrupção”, e isso meio que me trouxe de volta à realidade-não sou mais um sonhador achando que pode mudar o mundo. Na maior parte isso é bom, embora frustrante, porque apresenta a realidade como ela é, e evita certas decepções. Em parte, isso é horrível, porque expõe que o “sistema” é assim mesmo, e ou você mergulha nele ou cai fora.

Eu, particularmente, ainda pretendo cair fora. Alguma vaga em algum emprego por aí, para mim? 🙂