Meu workflow em Clojure

Há algum tempo postei sobre LightTable e Clojure, e embora minha opinião sobre essa nova forma de programar não tenha mudado, algumas coisas infelizmente mudaram bastante. A primeira foi o esquema de plug-ins do LightTable. Ele tem poucos plug-ins úteis, e alguns dos que existem não funcionam com as versões Read more…

Clojure, gentilmente

Nos últimos posts eu percebi que me empolguei um pouco no assunto Clojure. Então, esse é um post para tentar começar com a linguagem, ao invés de tentar entender detalhes. Vou atualizar os outros posts para indicar que esse é o primeiro da série, apesar de estar por último…

Clojure é uma linguagem baseada em LISP. Isso, pra muita gente, significa parênteses intermináveis e sintaxe horripilante. Mas não é bem assim.

Os parênteses são um desafio, um degrau. Então ignore-os por enquanto. Use um editor com suporte ao parinfer – Atom ou LightTable. Acho que o vim também. Isso vai tratar de manter os parênteses em sincronia, baseado na indentação, e também de forçar você a entender a indentação de Clojure. A partir daí, é entender por que esses parênteses existem. Então vamos lá:

Em LISPs, ou seja, em Clojure, parênteses nunca são opcionais. Nunca. Então nem tente resolver seu código com “vou tentar colocar um parênteses aqui” porque não vai funcionar. Você sempre abre um parênteses quando você vai chamar uma função ou special form, ou macro. A soma, multiplicação, divisão e subtração (+ * / e -, respectivamente) são funções. Concatenação de strings (str) também, bem como map, reduce, split e join. Já o if não é uma função – é uma special form, bem como fn* (retorna uma nova função) e def (define novas variáveis, que os LISPs gostam se chamar de símbolos). E o or, o and, e o defn são macros. Para poder usar todos eles, sem exceção, você tem que abrir um parêntese.

Primeiros passos

Para somar 4 números, abrimos um parêntese e o primeiro elemento é a função da soma. Ou seja:

(+ 5 3 9 7)

Isso vai somar os quatro números. Normalmente deixamos grudado ao parêntese a função que vamos rodar.
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Programação funcional, imutabilidade, e previsibilidade

O post de hoje é uma introdução à programação funcional, para podermos entrar finalmente em Clojure. Mas antes disso, vamos falar sobre como aprendemos a programar na faculdade, em cursos, e em todos os lugares. Vamos falar de “orientação a objetos”, principalmente, e vamos falar sobre “abstração”. A programação, como sabemos, é um exercício total de abstração – ao fazer um software, temos apenas um objetivo – fazer com que um trabalho, que provavelmente seria realizado de forma ineficaz ou manual, torne-se automático. Parece uma super-simplificação, mas é verdade. Processadores de texto substituem máquinas de escrever, editores de imagem automatizam vários trabalhos de restauradores, pintores, e desenhistas, e sistemas de folha de pagamento substituem o trabalho de vários matemáticos, contadores, etc. A profissão de todos continua válida – apenas simplificamos um pouco (ou MUITO!) o trabalho deles. E o nosso trabalho, de programadores, é simplificado com linguagens mais modernas, nas quais se escreve menos e se sub-entende mais. E para isso, precisamos aprender a escrever nessas linguagens. E aí entram os cursos, ou a faculdade.

Basicamente, aprendemos a programar nesses cursos, ou na faculdade, pensando em orientação a objetos. Para muita gente, essa é a única maneira sadia de se programar – afinal, orientação a objetos é o paradigma que representa melhor o mundo real, uma frase que muito se ouve. E essa frase é verdadeira, mas com uma pegadinha muito difícil de encontrar: o mundo real é um lugar complicado.

Esse será um post grande, portanto, está dividido em partes. Falaremos sobre a imprevisibilidade, depois mutabilidade e imutabilidade, e na última parte teremos exemplos em Ruby e Clojure sobre trabalhar com dados mutáveis e imutáveis.
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Closures, Functions e Programação Funcional em Javascript

Estes dias, tive que fazer um código que achei que seria muito complicado, e que deveria rodar num browser. A idéia é que, dependendo do que foi digitado em uma determinada caixa de texto, um pedaço de uma página deveria mudar. Até aí, tudo bem, o problema é que o pedaço que deveria mudar deveria agrupar informações de outras caixas de texto, e outras regras confusas. Achei uma solução muito simples e prática, e gostaria de dividí-la. Mas antes, vamos simplificar o escopo:

Imagine que há uma página, no qual há um botão “adicionar”. Ao clicar nele, ele adiciona um “select” (sexo) e uma caixa de texto com observações ou qualquer outra coisa. Podem ser adicionados tantos elementos como se achar necessário. Para cada elemento alterado, deve ser exibido um sumário na tela de baixo (observações), digamos, concatenando o sexo e as observações. A parte difícil é: quando qualquer elemento for mudado, APENAS o sumário relativo àquele conjunto de elementos (sexo e observação) deve ser alterado, e também, quando eu estiver editando as observações (ou o sexo), o sumário deve ficar em negrito. Para simplificar (e rodar em vários browser) usarei a biblioteca Javascript chamada Prototype (não usarei o JQuery porque seria jogar uma bomba numa mosca), e a idéia é escrever apenas o código relativo às edições (porque é isso que pega). Portanto, para quem quiser, basta pegar o gist do Github http://gist.github.com/658668 para ter um esqueleto do programa (basta abrir o .html em qualquer browser).
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